(parafraseando poema de Fernando Pessoa – Autopsicografia)
O palhaço é um encenador.
Encena tão profundamente
Que sob a máscara se faz ator
No riso que deveras se ressente.
E pra que o riso se encha de amor
Faz do gesto uma pilhéria colorida
Que desabrocha no picadeiro em flor
Esparramando incontida ternura de vida.
Oh! Que travessura desmedida
A procura de um sorriso sem fronteira.
Sorri mulher, sorri homem, menino e menina
De escárnio, de alegria, por ironia ou asneira.
Todos nós um pouco palhaço
Somos remexidos por seu encanto.
Chamados todos os dias a dissolver o cansaço
De revolver em cócegas o nosso pranto.
Fernando Pedro Lopes
10 de novembro de 2020 – Dia do Palhaço
Em homenagem ao Dia do Palhaço e inspirado pelo quadro desenhado
pelo meu irmão Armando Luiz Pahl Campos Lopes.
Uma resposta em “Autopalhaçaria”
Obrigado Fernando. Linda poesia. E o desenho do seu irmão lembra o Piolin. Que interessante.